quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lançamento do livro

O livro "Cinematographo em Nictheroy: história das salas de cinema de Niterói", publicado através de edital do Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac) da Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Rio de Janeiro, em coedição com a Niterói Livros, da Fundação de Arte de Niterói, acabou de entrar na gráfica!
Isso quer dizer que, muito em breve, estarei dando informações sobre o lançamento do livro.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Cinemas do Barreto II - Cine Palace

O Cinema Palace foi inaugurado em 1947, na Rua General Castrioto, n. 86, no momento de revitalização do circuito exibidor popular niteroiense após o advento do cinema sonoro e, particularmente, no desenvolvimento do pós-guerra. O cinema tinha cerca de 600 lugares e passou a integrar o Circuito Severiano Ribeiro que, em Niterói, lançava os filmes nos cinemas Odeon (depois Niterói) e Icaraí, e, em segunda linha, no Éden, Imperial e Palace. 
Infelizmente, o cinema não chegou aos nossos dias. Fechado nos anos 1970, no início de 1981 o prédio, já abandonado, foi condenado pela Defesa Civil. Demolido pouco depois, em seu espaço hoje funciona uma oficina mecânica, podendo ser notado o "vazio" entre os prédios anteriormente ocupado pelo prédio de dois pavimentos do Cine Palace onde fica hoje o portão (branco) da oficina.


Originalmente, o cinema tinha uma luxuosa entrada pela movimentada Rua General Castrioto que levava à sala de exibição que ocupava os fundos dos dois prédios vizinhos. A sala, portanto, tinha um formato de "T", sendo a porta de saída na lateral à direita, numa rua transversal.
Onde ficava a fachada lateral do Cine Palace hoje podemos ver o portão (azul) de saída da oficina. Na foto ao lado é possível identificar o tal "vazio" entre os prédios pela derrubada da fachada fronta do Cinema.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Concurso de Ideias para Reforma do Cinema Icaraí

Notícia do site da UFF (http://www.noticias.uff.br/noticias/2012/11/lancamento-edital-cinema-icarai.php)

Lançamento do edital do Concurso de Ideias para Reforma do Cinema Icaraí será no dia 3 de dezembro 
14/11/2012

A cerimônia de lançamento do edital do concurso de ideias que escolherá o melhor projeto de reforma para o Cinema Icaraí será realizada em 3 de dezembro, às 10h, na Sala dos Conselhos, no 3º andar da Reitoria, em Icaraí, Niterói. Estudantes de Arquitetura e Urbanismo de várias universidades poderão apresentar suas propostas, contanto que o projeto inscrito tenha a supervisão de um professor.

A data foi definida no dia 7 de novembro em reunião entre o reitor Roberto Salles e representantes da Escola de Arquitetura e Urbanismo (EAU) da UFF, da Superintendência de Arquitetura e Engenharia (Saen) da UFF, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ), do Instituto de Arquitetos do Brasil/Rio (IAB-RJ) e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cinemas do Barreto I - Cine Brasil


O Cinema Brazil foi fundado em em 1921, na Rua General Castrioto, n. 483, próximo do Largo do Barreto (Praça Enéas Carneiro). Foi a primeira sala de cinema especialmente construída para essa finalidade erguida no bairro do Barreto. Com o tempo, surgiram outras salas, mas o Cine Brazil (depois Brasil) sobreviveu, tendo seu prédio posteriormente modificado, provavelmente nos anos 1930-1940. A sala de estilo eclético de um pavimento transformou-se numa construção de dois andares com traços art-déco.
No final dos anos 1970 o Cinema Brasil fechou suas portas e seu prédio hoje é ocupado por uma Igreja Evangélica. Entretanto, na pequena torre caracteristíca da arquitetura de salas de cinema (que servia como chamariz do cinema, da mesma forma que os letreiros das marquises, permitindo que o público identificasse o prédio de longe) ainda resta um símbolo do passado. Podemos ver um brasão com as letras CB, de Cinema Brasil, ainda perceptível apesar do péssimo estado de conservação da construção.


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cinemas do Fonseca I - Cine São Jorge





 O Cinema São Jorge foi inaugurado em 1954 com cerca de 2 mil lugares. Ao longo dos anos, foi caindo de qualidade e diminuindo sua lotação, que chegou a menos de 1 mil espectadores. Foi um cinema popular que programava sessões duplas, localizado na Alameda São Boaventura.

Mesmo tendo virado um supermercado, a fachada original do Cine São Jorge ainda é visível, com seu recorte em forma de pirâmide de degraus e uma discreta torre em sua extremidade lateral.

Dotado de plateia e balcão, o que seria seu segundo andar foi transformado no estaciomento do supermercado. Lá ainda é possível verificar a estrutura em arco original do cinema, percebendo, incluisive o local onde ficava a tela e onde ficava a cabine de projeção. As duas fotos abaixo mostram a visão dos dois lados.

 
Comparem as fotos acima com a imagem ao lado, retirada de uma reportagem de 1955 sobre a inauguração da nova tela panorâmica no Cine São Jorge para ver as semalhanças.

sábado, 13 de outubro de 2012

Cinemas de Santa Rosa II - Cine Santa Rosa

Em 1927 foi inaugurado o primeiro cinema em Santa Rosa, chamado Cine Santa Rosa. Essa sala não durou muitos anos e, em 1951, foi inaugurado um a nova sala chamada Cine Santa Rosa, na Rua Dr. Mário Viana, 858. Este cinema de segunda linha, um típico "poeira", não chegou aos anos 1980, mas o prédio ainda está de pé, funcionando atualmente como a sede do G.R.E.S. Folia de Viradouro. Na construção da parte da frente hoje funciona um bar, mas o comprido imóvel ao longo da rua lateral tem a arquitetura típica dos cinemas populares, com as colunas laterais (para não atrapalhar a visão), o pé-direito alto (comportando o balcão), as janelas de ventilação (pois não possuiam refrigeração) e o a estrutura de madeira do telhado sustentando as placas de zindo.














É possível notar o palco e o espaço onde ficava a tela, onde hoje são realizados as apresentações dos sambistas.
No segundo andar, pode ser ver perfeitamente os degraus do balcão original da sala de cinema e o local onde ficava a cabine de projeção. A sala localiza no início da subida da Estrada da Cachoeira, no Viradouro.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cinemas de Santa Rosa I - Mandaro

O Mandaro foi inaugurado em 1940, com 800 lugares, na Rua Dr. Paulo César. Apesar de não ter luxo (cadeiras eram de madeira e não tinha ar-condicionado, apenas ventiladores), era muito popular por ficar em frente ao ponto de bonde e num local de grande movimento.
O cinema fechou em 1974 para virar um supermercado Chave de Ouro, que colocou um enorme letreiro tapando a bela fachada art déco original. Hoje o imóvel abriga um supermercado da Rede Multi Market que sobrepôs um banner sobre a fachada do Chave de Ouro.






A lateral do supermercado, entretanto, mantém-se como o cinema era originalmente, inclusive com os respiradores verticais - janelas que permitiam a ventilação do interior, mas barravam a entrada de luz. Um detalhe interessante é o que parece ter sido a saída - provavelmente de serviço e de emergência - na lateral dos fundos do Mandaro, ainda visível.

Próximo post: Cinema Santa Rosa.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Antigos cinemas de Niterói



Artigo publicado na revista O FLU, do jornal O Fluminense, de 9 de setembro de 2012.

Nos últimos dez anos, os niteroienses testemunharam o fim de inúmeras salas de cinema na cidade, particularmente no bairro de Icaraí. Antes disso, nas décadas de 1980 e 1990, outros cinemas de rua localizados no Centro, Fonseca e também em Icaraí já vinham fechando suas portas.
Atualmente, Niterói conta apenas com as salas de cinema do Plaza Shopping e do Bay Market, cenário que provoca lamentos dos moradores e reforça as reivindicações pela reabertura do Cine Arte UFF e do Cinema Icaraí.
Num momento como esse, é ainda mais importante resgatar a história das antigas salas de cinema de Niterói, percebendo como o passado pode nos ajudar a entender e também mudar o presente. É o que pretendo fazer no livro que estou escrevendo através de projeto selecionado em edital público do Instituto Estadual de Patrimônio Artístico e Cultural (INEPAC) do Estado do Rio de Janeiro, a ser lançado no início de 2013.
Muitas pessoas ainda se lembram bem de salas como os cinemas de rua Central e Niterói, ambos na Avenida Visconde do Rio Branco, ou aquelas localizadas em galerias comerciais de Icaraí, como o Windsor, Cine Center ou Estação Icaraí. Os mais antigos podem se lembrar ainda das salas do Fonseca (São Jorge e Alameda) e de Santa Rosa (Mandaro).
Já o passado mais remoto das salas de cinema de Niterói é bem menos conhecido. Quem sabia que a cidade já teve um dos maiores cinemas do Brasil? Em 1920, um antigo Frontão – espaço destinado a partidas de pelota basca, muito popular devido à influência dos imigrantes espanhóis – passou a ser utilizado para a projeção de filmes. Inicialmente utilizado pelo famoso Cinema Éden, posteriormente passou a funcionar como o Cinema Colyseu e se localizava na Avenida Visconde do Rio Branco.
Uma sala popular, com ingressos baratos, o Colyseu se orgulhava de receber até três mil espectadores e de possuir a maior tela do Brasil. Para fins de comparação, a maior parte dos multiplex atuais possui lotação de cerca de apenas trezentos espectadores em cada sala. O Colyseu conheceu seu auge no tempo do cinema silencioso, exibindo superproduções da época, como Ben-Hur, e, numa fase mais decadente, “filmes científicos”, gênero que, sob a fachada respeitável da ciência, atraía o público masculino interessado em cenas de nudez...
A chegada do som mudou muita coisa no circuito exibidor brasileiro, que foi obrigado a se adaptar aos novos e modernos equipamentos, assim como a enfrentar as dificuldades iniciais para atrair o público aos filmes falados e cantados em inglês. Somente alguns meses depois da chegada dos talkies (apelido dos talking pictures) a solução das legendas começou a ser utilizada e aceita pelos espectadores.
Mas uma vez, são poucos os que sabem que Niterói foi a terceira cidade do Brasil a ter um cinema adaptado para o cinema sonoro. Em agosto de 1929, foi inaugurada a novidade do cinema sonoro no então luxuoso Cine-Theatro Imperial, que tinha aberto as portas no ano anterior. Depois de São Paulo (em abril daquele ano) e do Rio de Janeiro (em junho), Niterói já podia se orgulhar de contar com um cinema apto a exibir as mais modernas e luxuosas produções musicais de Hollywood. Muitas cidades do interior demorariam anos até seus cinemas se converterem para a projeção sonora, o que demonstra o pioneirismo da então capital do Estado do Rio de Janeiro.
A sala responsável pela façanha, o Cine-Theatro Imperial, já estaria decadente nos anos 1970 quando foi demolida e em seu lugar construída uma agência bancária. Agora o banco também foi ao chão, cedendo espaço à expansão do Plaza Shopping.
Essas e outras histórias estarão em meu livro, a ser publicado no início de 2013. Quem quiser compartilhar algumas lembranças sobre os cinemas da cidade, pode escrever para cinemasdeniteroi@gmail.com